Um homem segundo o coração de DEUS
O que significaria tal designação? Inerrância? Impecabilidade?
Não. O significado de tal designativo aplicado a Davi era decorrente de sua disposição de reconhecer seu erro, chorar por causa desse erro, arrepender-se, desejar mudar e permitir que DEUS o mude.
Na sociedade hodierna, onde o referencial de ideal humano é (pasmem!), o próprio ser humano com suas idiossincrasias, é claro que será enfatizada a complacência com os erros.
Mas como as Escrituras Sagradas definem o referencial para o ser humano?
O termo usado para definir o alvo para o ser humano é santo (qadosh-hebraico e hagyos-grego).
Ora ambos os termos deixam clara a idéia de pureza (com aplicações paralelas no quesito higiene) e ausência de máculas, aliás, é assim que é definida a Igreja da geração do fim (cf. Ef 5.27). Não se questiona a aplicação da misericórdia para com o pecador, contudo não significa a complacência com a pecaminosidade inerente à natureza humana. A exposição da prática pecaminosa para a restauração do pecador é fundamental no processo de conscientização do ser humano na sua aproximação do SENHOR.
Davi é um modelo comportamental não por seus inúmeros pecados (que sinceramente creio serem em menor quantidade e gravidade que os meus, posto que tenho acesso direto ao Espírito Santo como cristão algo que Davi não tinha a sua disposição), mas por sua submissão à disciplina.
Ora a disciplina não pode ser aplicada se inexiste um modelo claro de santidade e se não há uma exposição objetiva e contundente do que é pecado e como ele (o pecado) é abjeto em sua ação e extensão.
Bom, estamos cientes de que o modelo existe e que está claramente exposto na Bíblia. Logo, o que deve ser analisada é como deve ser feita é sua exposição.
Isto nos leva a três questões: Onde? Como? Por quem?
Onde – Nas igrejas locais, nos lares, locais de trabalho e estudo. Nas ruas, em meio à multidão ou na solidão em que nos encontramos.
Como – De modo incisivo e contundente, firme e amoroso. Mesmo que eu ainda não possa alcançar este nível isto não impede que eu proclame o que é certo e que deixe claro que busco tal padrão para a minha vida.
Por quem – Por mim. Ainda que eu não tenha o direito de exigir que meu irmão na fé cristã tenha o mesmo nível de comprometimento, devo orar por ele, estimulá-lo e apoiá-lo para que ele venha a ter tal padrão de compromisso.
Admitir que todos pecamos é uma clara verdade. Conformar-se com tal postura e buscar "rotas alternativas" que "justifiquem" meu comportamento é uma atitude incompatível com o cristianismo.
Devemos entender que a doutrina da justificação pode ser definida como o processo no qual o DEUS Soberano nos adéqua a Seu padrão de justiça e santidade. Tentar "justificar" nossa inerente pecaminosidade com desculpas de que "é o menor dos males", ou é "impossível evitar", ou "não teve jeito" não passa de uma canhestra tentativa de convencer-se de que o "meu pecado não é tão sério". Não nos enganemos, todo pecado é mortal e, conseqüentemente, sério
Certa feita um homem passava a seguinte situação: Sua esposa anos atrás havia incorrido em adultério e ao ouvir uma série de mensagens sobre arrependimento e pecado entendeu que deveria confessar seu pecado ao esposo.
Este, ao ouvir, ficou indignado e quis o divórcio, nesse processo foram orientados que evitassem tal caminho e o pastor atuou no processo de restauração do casal. Após certo tempo o marido procurou o pastor dizendo que tinha um problema. Marcaram um encontro para conversarem e lá ele expôs a sua questão.
Ele sentia-se ofendido e nesse processo outra jovem mostrou-se interessada nele. Ele não apenas estava a dar lugar a isso, mas estava apreciando a situação. Isto era o problema. O pastor pacientemente ouviu o relato do esposo e ao final lhe disse: "O irmão não tem um problema! O que o irmão tem é um ato pecaminoso em sua vida!"
É trágico como o ser humano tenta mudar o nome e a definição de pecado; alguns fazem com o claro objetivo de relativizar sua situação e exercerem a auto-complacência; outros seguem tal corrente comportamental.
Pecado é a desobediência à vontade de DEUS que está expressa nas Escrituras Sagradas. Amar o pecador é expor para ele o seu erro, a gravidade do mesmo e a solução que existe em CRISTO.
Não é amor não ensinar a verdade de forma clara. Não é amor não dizer ao pecador que o pecado é pecado. Não é amor a DEUS colocar nossas necessidades ou opções acima da obediência à Sua vontade. Deus nos ilumine e ajude no processo de arrependimento e mudança. |
Um forte amplexo
Graça, paz e sabedoria
Victor Hugo Ramallo, pastor