O valor de um homem

02/12/2012 15:18

"E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus."  (Lucas 9.62)

 

Estes dias tem sido para mim de muita reflexão. Em parte por ser final de ano e isso sempre nos faz pensar nos desafios que temos diante de nós, uma outra razão, e muito forte, é que se aproxima a data de minha sétima viagem missionária à Bolívia. Após tanto tempo é natural que eu comece a me perguntar o que de fato já foi feito e até onde quero chegar. O projeto missionário PAI (www.facebook.com/PaiBolivia) começou com muitas dúvidas e com idéias modestas, mas aprouve ao SENHOR trazê-lo até o ponto onde se encontra apesar de minhas falhas, erros e limitações. Mas, e agora? Para onde ir? Não sou mais um jovem pastor, já passei dos 45 e sei que a energia e vitalidade irão diminuir e não crescer, o raciocínio ficará mais lento, a saúde mais frágil e as viagens que faço exigem muito do voluntário.

 

Tudo isso me fez pensar no versículo acima. As vezes o cristão é tentado a pensar em si mesmo e colocar suas necessidades e anseios como muito importantes. Será isso o mais correto? Lembrei-me de uma frase de George Whitefield, o grande pregador inglês, ele estava já idoso e enfermo, investira toda sua juventude e força na pregação do Evangelho e certo dia ao preparar-se para ir pregar mais uma vez alguns de seus amigos insistiam com ele que ficasse na casa em repouso. Ao ouvir o argumento de seus amigos ele respondeu que preferia "gastar-se" na pregação do Evangelho a enferrujar em casa. Até que ponto todo ministro tem o direito de pensar em sua velhice e bem estar? Não foi ele chamado a pregar o Evangelho?

 

Não estou criticando os amados pastores que pensam diferente! De forma alguma! Acredito sinceramente que muitos, a maioria quiçá, tenha recebido do SENHOR a orientação para planejarem seu futuro para terem algum conforto e segurança quando o peso dos anos for mais forte que a energia do corpo, mas quanto mais penso nisso, mais convicto fico que alguns dos homens de DEUS tem a incumbência de, tal qual George Whitefield, se "gastarem no serviço do Rei". Nomes aos montes me vem a mente, começando com cada um dos apóstolos, passando por muitos dos pais da Igreja e diversos outros. Esses homens e mulheres usados por DEUS são para nós exemplos de dedicação ao Reino.

 

Acredito firmemente que essas pessoas em muitos momentos tiveram que optar entre sonhos pessoais e os desígnios de DEUS, não acredito em um DEUS que força as pessoas em uma direção permanentemente onde elas são infelizes, O Seu Espírito as convence e as conforta gentilmente em cada momento que a dúvida os acomete ou a dor os incomoda. Ao entender isso me vem à mente outro versículo:

 

"Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos."  (Salmos 126 : 6)

 

Seguir adiante apesar do que possa lhe fazer até chorar é o chamado de alguns. Mas ai fica a pergunta:

Estou pronto para atender esse chamado?

É fácil concordar em teoria e até estimular outros a seguirem esse chamado, o complicado é assumir esse chamado de modo pessoal. Fazer isso requer de nós maturidade, comunhão com o SENHOR e clara convicção de que esse é o seu chamado.

 

Penso que nossa oração deve ser que estejamos prontos para responder positivamente a esse chamado.

Eu me comprometo a orar nese sentido ... e você?

 

Um fraterno amplexo