Folheto?

25/10/2012 17:49
Hoje pela manhã ao retornar da minha caminhada (longos oito quilômetros! Gordinho que quer emagrecer sofre! Hehehehe) encontrei uma irmã de uma denominação pentecostal (a quem chamarei de “Ana”), rapidamente a cumprimentei, ela estava conversando com outra senhora (“Maria”), também a saudei e ela me ofereceu um folheto que eu supus ser evangelístico, achei estranho pois eu tinha cumprimentado a “Ana” chamando-a de “irmã”, mas supus que “Maria” não tivesse ouvido, assim sendo agradeci e declinei dizendo que não era necessário pois além de ser cristão eu sirvo ao SENHOR como pastor em uma igreja batista, contudo “Ana” insistiu, achei isso muito estranho, mas o mais estranho foi o argumento apresentado. Ele me disse: “pega irmão, para ficar mais cheio do fogo!”

 

Peguei o folheto, me despedi e segui em direção a minha casa.

Ao analisar com mais calma o folheto vi que era uma explícita propaganda de um determinado fundador de um grupo (ou será que devo chamar de seita) neo-pentecostal e de como ele era prodigioso em “fazer milagres acontecerem” com direito a foto do senhor no meio de cadeiras de roda de supostos milagres que foram alcançados na “sede mundial” desse grupo, o endereço da “sede mundial” e claro a interessante frase que me informava que os milagres estão acontecendo nesse local. Na parte de trás do folheto estava transcrito um versículo (Marcos 2.9-12).

Fiquei pensando e decidi escrever.

Não contra as “Anas e Marias” e tampouco contra os grupos neo-pentecostais. O que me fez escrever foi tentar entender porque isso acontece?

Porque uma pessoa teoricamente cristã daria um suposto folheto evangelístico a um irmão em CRISTO? Porque elas creriam que isso me deixaria “mais cheio de fogo” (uma expressão típica do pentecostalismo para ser cheio do Espírito Santo)? E porque pessoas creriam que promover supostos milagres de um líder religioso é uma forma de pregar o Evangelho do Senhor JESUS?

Tenho plena certeza que “Ana” e “Maria” fizeram tudo isso com a melhor das intenções e inclusive acredito que “Maria” sinceramente acredita que está pregando o Evangelho verdadeiro ao entregar aquele panfleto publicitário como se fosse um folheto evangelístico.  E ai está o problema, as pessoas estão fazendo as coisas erradas acreditando que estão fazendo o certo. Mas porque isso?

Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o SENHOR pesa o espírito. (Prov 16.2)

Penso que isso é decorrente do fato que as pessoas começaram a supor que podem definir o Evangelho como lhes for mais agradável ou como alguém convenceu a eles que deveria ser. Parece que as pessoas ou são movidas por sua ganância e criaram uma falsa religião onde usam o nome do Senhor JESUS, mas é pautada por cobiça, materialismo e avidez ou preferem não pensar e abraçam o rápido e desastroso caminho de permitir que um líder religioso pense por eles. Penso em quanto disso é minha culpa. Será que tal qual a igreja em Éfeso me tornei adepto de um correto ensino e um desastre de prática?

Penso que as denominações históricas, aquelas que existem há muito mais de um século e que desenvolveram uma correta teologia com o passar do tempo tornaram-se distantes do povo e permitiram que dentro delas se instalasse o interesse excessivo por encher os templos, mesmo que isso custasse deixar de ensinar corretamente. Ao fazermos isso permitimos um “vácuo” que foi preenchido por conceitos e ideias que se disfarçam de cristianismo, mas não tem relação com o que a Bíblia nos ensina sobre ser cristão.

Com isso estou apoiando os “desigrejados”? Estou defendendo o fim das denominações? Não. Defendo que seja feito uma reestruturação na nossa forma de pensar como pastores, educadores e líderes em geral das denominações cristãs históricas, defendo que passemos a nos dedicar mais em conhecer de modo claro a sã doutrina e nos dediquemos a comunica-la de modo compreensível às pessoas dentro e fora dos nossos locais de culto.

Entendo que o correto estudo da sã doutrina e sua clara comunicação ajudaria a diminuir o vácuo que temos deixado e tem sido aproveitado por alguns que podem ser definidos, talvez, como “espertalhões” e desse modo as sinceras “Marias”, “Anas” e muitos outros não confundiriam mais o ensino do Evangelho com publicidade barata de fraudadores do Evangelho.

 

"E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas."  (Mar 1.22)

 

 

Um fraterno amplexo.

Tema: Folheto?

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