A vontade de DEUS

05/06/2011 06:51

 

Muitos conhecem o texto final de Romanos 12.2 que nos ensina que a vontade de DEUS é "boa, agradável e perfeita". Esta idéia não nos gera confusão ou polêmica quando estamos com o "vento a favor", ou seja, se estamos num momento em nossas vidas em que tudo nos parece favorável e que não temos crises a compreensão destas palavras nos parece natural.

 

 Mas e quando ocorre algo contrário aos nossos planos? Quando perdemos uma pessoa amada? Quando aquilo que lutamos escapa entre nossos dedos? Como vemos esse texto? E como deveríamos ver?

 

 

Uma das minhas grandes tristezas como pastor é ver que muitas pessoas se deixam enganar por  uma filosofia egoísta e antropocêntica na leitura da Bíblia tão em voga entre os que se dizem cristãos nos dias de hoje. Infelizmente o ensino herético de algumas dessas neo-denominações de que DEUS e Sua Palavra tem como objetivo máximo satisfazer nossos anseios tornou-se tão popular que quando ensinamos a verdade bíblica somos vistos como sendo pessoas sem fé ou com a espiritualidade defeituosa.

Mas essa teologia triunfalista (que esses neo-apóstolos e seus seguidores tanto alardeiam mostram) é claramente ineficaz diante das crises do indivíduo. Porque? Pela simples razão que essa teologia é uma mentira, uma falácia, um engano. E a Palavra de DEUS nos ensina bem de onde provém todo o engano. Mas retornando ao texto em questão. Como entender que uma crise possa ser "boa, agradável e perfeita"? Antes que alguém possa querer argumentar sobre os termos originais devo frisar que eles foram corretamente traduzidos para o português na nossa ACF (Almeida Corrigida FIEL), logo não há um "sentido não conhecido" a ser pesquisado no grego. 

Temos convicção que a vontade de DEUS é boa pois afinal Ele é bom (Sl 73.1; Sl 143.10; I Cr 16.34), também é claro que Sua vontade também é perfeita pois tudo que o SENHOR faz é perfeito (Dt 18.13; II Sm 22.31)e sabemos que ela é agradável pois o que Ele criou era agradável (Gn 2.9) e as coisas agradáveis O satisfazem (I Sm 2.26). Isso nós sabemos. O problema é tornar isso prático! Como fazer isso em meio a uma crise?

Entendo que o processo para compreendermos é vivermos o que o apóstolo Paulo nos ensina neste texto:

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Rom 12.1 e 2)

Paulo nos ensina que a primeira coisa a ser feita é dedicar-se ao SENHOR (sacrifício vivo), aqui não se está ensinando sobre a mortificação ritual ou privação de algo, mas está sendo enfatizado que esse ato deve ser pautado pela convicção e compreensão (culto racional) e não por emoções (que podem ser enganosas e tendem a ser passageiras), na medida que nos entregamos ao SENHOR somos levados a etapa seguinte, sermos transformados recebendo do Altíssimo uma nova compreensão da realidade que nos cerca e da realidade que nos pauta. Na medida que nos alinhamos com o ensinamento bíblico nos posicionamos contra a corrente egoísta na qual a sociedade não-cristã e esses neo-apóstolos estão inseridos Se o ensino do SENHOR impregnar nossa mente e vontade (coração) nossas ações serão transformadas e como isso nossa percepção será direcionada a tal ponto que mesmo em meio a crise poderemos ter a certeza que Ele está no comando e isso nos confortará. A não-aceitação da vontade do SENHOR na vida de uma pessoa é decorrente da rebeldia dessa mesma pessoa, essa é a razão básica que leva o indivíduo a não se agradar da vontade de DEUS ministrada em sua vida.

O querer de DEUS em uma pessoa só pode ser compreendido (e assim ser percebido como agradável) na medida que esta mesma pessoa tem sua vida (intenções, pensamentos e ações) moldadas segundo a vontade do SENHOR.

Crises sempre existirão e mesmo o mais piedoso dos cristãos passará por elas, o que nos permitirá manter a comunhão com o SENHOR é termos o padrão de pensamento e ação moldados pela Palavra (isso é decorrente de compreensão e não de emoções),na medida que buscamos isso poderemos entender como a vontade dEle é boa, perfeita e agradável.

 

Um forte amplexo

 

Victor Hugo Ramallo, 

pastor de Missão Batista Vida